domingo, 1 de agosto de 2021

Atividade Ensino Médio. Tecendo a manhã - João Cabral de Melo Neto

 Tecendo a manhã 


1 Um galo sozinho não tece uma manhã: 

2 ele precisará sempre de outros galos. 

3 De um que apanhe esse grito que ele 

4 e o lance a outro; de um outro galo 

5 que apanhe o grito que um galo antes 

6 e o lance a outro; e de outros galos 

7 que com muitos outros galos se cruzem 

8 os fios de sol de seus gritos de galo, 

9 para que a manhã, desde uma teia tênue, 

10 se vá tecendo, entre todos os galos. 

11 E se encorpando em tela, entre todos, 

12 se erguendo tenda, onde entrem todos, 

13 se entretendendo para todos, no toldo 

14 (a manhã) que plana livre de armação. 

15 A manhã, toldo de um tecido tão aéreo 

16 que, tecido, se eleva por si: luz balão. 

 (João Cabral de Melo Neto)


1. Considere as seguintes afirmações. 

I. O poema inicia-se com a paráfrase do provérbio “Uma andorinha só não faz verão” indicando que o cantar do tecendo a manhã representa é em principio o cantar do próprio poeta e de todos os nós. 

II. A imagem dos galos no poema simboliza que o objetivo do cantar é despertar os moradores de uma determinada região para o trabalho árduo que inicia na madrugada. 

III. Diante dos elementos expostos no poema, pode-se observar o eu-lírico transitando entre por duas dimensões de tempo, presente e futuro, e duas situações: individual e coletiva 

IV. No poema, o uso de alguns verbos no gerúndio reforça a imagem estática e gradual de uma teia que se transforma, nesta ordem, em tela, tenda e toldo. 

Está CORRETO o que se afirma APENAS em: 

a) I, IV e II 

b) I, III e IV 

c) I e III 

d) I e II 

e) I e IV 2. 


2.  A figura de linguagem foi empregada INCORRETAMENTE no seguinte verso: 

a) “Um galo sozinho não tece uma manhã:” (V-1) - Prosopopeia. 

b) “De um que apanhe esse grito que ele” (V-3) - Metáfora e eufemismo.   

c) “E se encorpando em tela, entre todos” (V-11) “se erguendo tenda, onde entrem todos” (V-12) “se entretendendo* para todos, no toldo” (V-13) - Polissíndeto. 

d) “Que apanhe o grito que um galo antes” (V-5) - Metáfora e elipse. 

e) “(a manhã) que plana livre de armação.” (V-14) “A manhã, toldo de um tecido tão aéreo” (V-15) - Anáfora e metáfora. 


3. Identifique o verso que comprove a função de linguagem que predomina no poema: 

a) Fática “que, tecido, se eleva por si: luz balão” (V-16) 

b) Emotiva “E se encorpando em tela, entre todos,” (V-11) 

c) Conativa “Um galo sozinho não tece uma manhã” (V-1) 

d) Poética “Um galo sozinho não tece uma manhã” (V-1) 

e) Metalinguística “Os fios de sol de seus gritos de galo,” (V-8) 


4. No texto, 

a) “Tece” (v-1) transitivo direto significa entrelaçar algo. 

b) “Outro” (v-4) hiato formado de uma vogal e semivogal e dígrafo duas letras com um só fonema. 

c) No vocábulo “teia” (v-9) há a ocorrência de um tritongo 

d) “Tecendo” (v-10) forma nominal verbal infinitivo do verbo tecer. 

e) “Em muitos” (v-7) é um advérbio de intensidade 

Atividade Ensino Médio. Anedota - Bêbados

 Bêbados 



Um homem acorda com a mãe de todas as ressacas, virasse e ao lado da cama, havia um copo de água e duas aspirinas. 

Olha em volta e vê sua roupa passada e pendurada. 

O quarto estava em perfeita ordem. 

Havia um bilhete de sua mulher: 

“Querido, deixei seu café pronto na copa. Fui ao supermercado. Beijos.” 

Desce e encontra um lauto café esperando por ele. 

Pergunta à sua filha: 

O que aconteceu ontem? 

- Bem, pai, você chegou às 3 da madrugada, completamente bêbado, vomitou no tapete da sala, quebrou móveis, urinou no guarda-roupa e machucou o olho ao bater na porta do quarto. 

- E por que está tudo arrumado, café preparado, roupa passada, aspirinas para a ressaca e um bilhete amoroso da sua mãe? 

- Bem, é que mamãe o arrastou até a cama e, quando ela estava tirando a sua calça, você disse: “NÃO FAÇA ISSO, MOÇA, EU SOU CASADO!!”


1. Na frase: “Querido, deixei seu café pronto na copa.” (linha 06), temos: 

a) Sujeito simples interactante 

b) Sujeito composto 

c) Sujeito oculto determinante 

d) Sujeito indeterminado 

e) Oração sem sujeito


2. A palavra lauto (linha 08), pode ser substituída coerentemente sem alterar sua estrutura semântica por: 

a) ostentoso 

b) forte 

c) fraco 

d) quente 

e) modesto 


3. O texto-piada apresentaria inadequação linguística caso se procedesse com: 

a) a inserção do artigo “a” antes do pronome sua (linha 03) 

b) a retirada do léxico “Beijos” (linha 07) 

c) o deslocamento do pronome “seu” antes do léxico “café” para depois do léxico “copa” (linha 06) 

d) a retirada do pronome “seu” (linha 06) 

e) a inserção da preposição “para” antes da preposição/artigo à (linha 09)


4. Quanto aos estudos sobre a coesão textual, na frase: “- Bem, é que mamãe o arrastou até a cama e, quando ela estava tirando a sua calça, você disse: “NÃO FAÇA ISSO, MOÇA, EU SOU CASADO!!”, o termo grifado corresponde a uma: 

a) coesão por referência 

b) coesão por elipse 

c) coesão por substituição 

d) coesão lexical 

e) coesão inadequada 


5. Na frase: “O quarto estava em perfeita ordem.”, o termo grifado se configura num(a): 

a) advérbio 

b) pronome 

c) adjetivo 

d) substantivo 

e) interjeição

Atividade Ensino Fundamental II. Infância - Carlos Drummond de Andrade


 Infância



Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia. 
Eu sozinho menino entre mangueiras
Lia a história de Robinson Crusóe,
Comprida história que não acaba mais. 

No meio dia branco de luz uma voz que aprendeu 
A ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
Chamava para o café. 
Café preto que nem a preta velha
Café gostoso
Café bom. 

Minha mãe ficava sentada cosendo
Olhando pra mim:
- Psiu... Não acorde o menino. 
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo! 

Lá longe meu pai campeava
No mato sem fim da fazenda. 

E eu não sabia que minha história
Era mais bonita que a de Robinson Crusoé. 

(Carlos Drummond de Andrade) 


1.  Assim como não acontece acento grave na expressão destacada em “Meu pai montava a cavalo, ia para o campo”, pelo mesmo motivo não acontece acento grave em: 

a) entreguei o documento a estas pessoas. 

b) ele viajou a trabalho. 

c) parabéns a você! 

d) eles ficaram frente a frente. 

e) a todos, fizeram uma linda homenagem. 


2. Preenchem as lacunas das frases abaixo, respectivamente, as palavras da alternativa: Esta ponte.........................passo está condenada. Sempre quis saber de seu.......................... Ofendeu-me, ......................., se não lhe fiz nada? Quero saber de seus problemas .........................me preocupo com você. 

a) porque / porquê / por quê / porque 

b) por que / porquê / por quê / porque 

c) por que / por quê / porquê / por que 

d) por que / porquê / porquê / por que E. porque / porque / por quê / por que 


3.  A alternativa em que a frase atende à língua formal é: 

a) ouvi menas conversa durante a noite. 

b) fazem anos da sua partida. 

c) as Minas Gerais encanta-me. 

d) haviam mais pessoas na festa? 

e) água é bom para a saúde.





Atividade Ensino Médio. Poesia. Manuel Bandeira - Desencanto

 Desencanto 






Eu faço versos como quem chora 

Fecha o meu livro, se por agora 

Não tens motivo nenhum de pranto. 

Meu verso é sangue. Volúpia ardente... 

Tristeza esparsa... remorso vão... 

Dói-me nas veias. Amargo e quente, 


Cai, gota a gota, do coração. 

E nestes versos de angústia rouca 

Assim dos lábios a vida corre, 

Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre. 

 (Manuel Bandeira)


1. Assinale a opção que apresenta uma informação correta: 

a) Pode-se afirmar que o texto é um poema, pois ele conta uma história. 

b) O conteúdo do texto expressa uma profunda dor do enunciador, que fala do seu sofrimento ao criar seus versos. 

c) A dor do enunciador fica um pouco mais suave no final do texto. 

d) As escolhas lexicais, ou seja, a escolha das palavras do texto não reforçam a ideia de sofrimento do enunciador. 

e) A escolha do título não contribui para reforçar o conteúdo do texto. 


2. Sobre aspectos linguísticos presentes no texto, assinale a alternativa correta: 

a) O último verso se inicia com um sinal de pontuação, o travessão, que foi empregado para introduzir uma explicação do eu lírico. 

b) As reticências empregadas nos versos servem para despertar um questionamento no leitor sobre se sofrimento do eu lírico seria verdade ou não. 

c) Na passagem "Meu verso é sangue" há uma figura de linguagem denominada metáfora. 

d) A figura de linguagem presente na passagem "Amargo e quente"; "Cai, gota a gota, do coração" é a personificação. 

e) No verso "Deixando um acre sabor na boca" o vocábulo "acre" apresenta um sentido positivo no contexto. 


3. O vocábulo "Volúpia" apresenta o mesmo número de letras e de fonemas; assinale a alternativa em que isso também ocorre com um dos vocábulos retirados do texto: 

a) chora 

b) desalento 

c) nenhum 

d) Tristeza 

e) angústia 


4. O sujeito do verbo "Cai", na segunda estrofe, pode ser classificado como:

a) simples representado por "coração". 

b) composto representado por "gota a gota". 

c) indeterminado. 

d) simples representado por "verso". 

e) desinencial. 


5.  Assinale a opção com informação correta: 

a) Os vocábulos "Eu", "quem", "meu" e "nenhum" são todos pronomes pessoais. 

b) Da primeira e da terceira estrofes foram retirados estes vocábulos: "o", "a" e "um", que devem ser classificados todos os três como artigos. 

c) O vocábulo "remorso" está assim corretamente separado: re-mo-rso. 

d) No vocábulo "quente" há 6 fonemas. 

e) As vírgulas poderiam ser retiradas do verso "Cai, gota a gota, do coração", sem prejuízo gramatical.


6. O termo destacado na passagem "Eu faço versos" (...) é um: 

a) predicado 

b) sujeito simples 

c) sujeito composto 

d) sujeito desinencial 

e) sujeito inexistente 


7. O sufixo – eza em "Tristeza" está corretamente grafado com z; da mesma forma está correta a grafia com z do vocábulo: 

a) sizudo 

b) somatizar 

c) analizar 

d) pesquizar 

e) catequeze 

Atividade Ensino Médio. Continho - Paulo Mendes Campos




 Continho 

Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na soalheira danada do meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagens, quando passou um gordo vigário a cavalo. 

 - Você aí, menino, para onde vai essa estrada? 

 - Ela não vai não: nós é que vamos nela. 

 - Engraçadinho duma figa! Como você se chama? 

 - Eu não me chamo não, os outros é que me chamam de Zé. 

  (Paulo Mendes Campos) 



1. Com relação ao texto, na oração “passou um gordo vigário a cavalo” qual a ordem dos termos que ela obedece? 

a) Sujeito + verbo + predicado + adjunto adnominal 

b) Verbo + adjunto adnominal + sujeito + predicativo 

c) Predicativo + adjunto adnominal + sujeito + verbo 

d) Adjunto adverbial + sujeito + verbo

e) Verbo + sujeito + adjunto adverbial


2. O texto “Continho” apresenta em sua estrutura um diálogo entre um menino e o vigário. Com referência à tipologia textual, como ele deve ser denominado? 

a) Narração 

b) Dissertação 

c) Descrição 

d) Editorial 

e) Reportagem


3. Na oração “Você aí, menino, para onde vai essa estrada?” o termo em destaque apresenta que função sintática? 

a) Aposto 

b) Vocativo 

c) Complemento nominal 

d) Objeto direto 

e) Objeto indireto


4. O autor descreve o menino e o vigário como personagens completamente opostos: um é “triste, magro e barrigudinho”; outro, “um gordo vigário a cavalo”. A descrição provoca um efeito de superioridade do religioso em relação à criança, inclusive pela altura em que se encontram, um montado num cavalo, outro, na poeira do caminho. Uma passagem que culmina com a NEGAÇÃO dessa superioridade pode ser observada em: 

a) Você aí, menino (...) 

b) Engraçadinho duma figa (...) 

c) Imaginando bobagem (...) 

d) Eu não me chamo não, os outros é que me chamam (...) 



5. O contista joga com particularidades muito pontuais dos verbos “ir” e “chamar-se”. Identifique a opção que identifica essas particularidades. 

a) O verbo IR, intransitivo, gramaticalmente só admite sujeito, sem complementos, portanto “estrada” é o sujeito de “ir” e; o verbo CHAMAR-SE é tomado pelo menino como “chamar”, transitivo direto, em que “me” aparece como objeto direto. 

b) O verbo IR, intransitivo, gramaticalmente só admite sujeito, sem complementos, portanto “estrada” é o sujeito de “ir” e; o verbo CHAMAR-SE é tomado pelo menino como “chamar”, transitivo indireto, em que “me” aparece como objeto direto. 

c) Há um problema semântico com o verbo IR, pois o sujeito desse verbo, na fala do vigário, seria inanimado, tomado pelo menino no sentido literal, ou seja, uma estrada não pode ir a lugar algum e; o verbo CHAMAR-SE é tomado pelo menino como “chamar”, transitivo direto, em que “me” aparece como objeto direto. 

d) Há um problema semântico com o verbo IR, pois o sujeito desse verbo, na fala do vigário, seria inanimado, tomado pelo menino no sentido literal, ou seja, uma estrada não pode ir a lugar algum e; o verbo CHAMAR-SE é tomado pelo menino como “chamar”, transitivo indireto, em que “me” aparece como objeto direto. 



6. Em relação aos adjetivos “barrigudinho” e “engraçadinho”: 

I. Ambos são formados pelo mesmo processo. 

II. O segundo adjetivo sofre apreciação afetiva positiva. 

III. Ambos os adjetivos sofrem apreciação afetiva positiva. 

a) I e II estão corretas.

b) Apenas I está correta. 

c) Apenas III está correta. 

d) Nenhuma das afirmações está correta. 



7. O substantivo soalheira apresenta: 

a) Um hiato e um ditongo oral decrescente. 

b) Dois ditongos, um oral crescente e um oral decrescente. 

c) Dois hiatos. 

d) Um hiato e um ditongo oral crescente



Atividade Ensino Médio. Canção do Exílio - Gonçalves Dias


 Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 

Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 

Em cismar, sozinho, à noite. 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras. 
Onde canta o Sabiá. 

Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho, à noite 
– Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá

Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu' inda aviste as palmeiras. 
Onde canta o Sabiá.  

(Gonçalves Dias)


1. Na poesia “Canção do Exílio”, prevalece o sentimento de: 

 a) enaltecimento; 

 b) tristeza; 

 c) arrependimento; 

 d) revolta. 


2. Em relação à poesia, é incorreto afirmar que o autor: 

 a) solicita a Deus que possa ver sua Terra Natal antes de morrer; 

 b) faz uma exaltação à natureza, ao usar as palavras: “palmeiras, Sabiá, aves, céu, estrelas,   várzeas e bosques”;

 c) faz uma referência à degradação do meio ambiente, especificamente, no verso: “Sem   qu’inda aviste   as palmeiras”; 

 d) expressa o sentimento de saudade de sua pátria, uma vez que se encontra exilado.  



 Leia com atenção a seguinte paródia elaborada por dois adolescentes a partir do poema “   Canção do   Exílio” de Gonçalves Dias.



Minha Terra 

Minha terra tem jambeiro 
Onde canta o bem-te-vi 
Enquanto o sabiá 
come o meu fubá.

O céu é poluído 
Como as ruas que tem lá 
Praças esculhambadas 
Que não dá nem pra sentar.

De noite as ruas são escuras 
E a galera passa lá 
Quando a PM chega 
As ruas começam a esvaziar.

Deus não permita a essa terra 
Ficar do jeito que está 
Que o senhor a abençoe 
E deixe a paz reinar.

(Manoel e Lucas)


1. O poema original, de Gonçalves Dias, exalta as belezas da terra natal de um “eu” lírico que está distante por ter sido obrigado a ausentar-se dela. Já o texto produzido pelos adolescentes, retrata de forma geral: 

a) As belezas do lugar onde vivem; 

b) As condições físicas e sociais do lugar onde moram; 

c) O tipo de árvore plantada em Boa Vista; 

d) O tipo de passarinho que há em Boa Vista; 

e) A ação das galeras.


2. Os versos: “Enquanto o sabiá” “Come o meu fubá.” Juntos passam a seguinte compreensão: 

a) Os passarinhos que brigam entre eles para sobreviver; 

b) Um passarinho comendo farinha de milho; 

c) Alguém se apossando indevidamente do que não é seu; 

d) Alguém oferecendo o que não é seu; 

e) As pessoas não gostam de repartir o que é seu



sexta-feira, 30 de julho de 2021

Atividade Ensino Médio. Letra de Música. Chico Buarque - Terezinha

 Terezinha 











1 O primeiro me chegou 

2 Como quem vem do florista 

3 Trouxe um bicho de pelúcia 

4 Trouxe um broche de ametista 

5 Me contou suas viagens 

6 E as vantagens que ele tinha 

7 Me mostrou o seu relógio 

8 Me chamava de rainha 

9 Me encontrou tão desarmada 

10 Que tocou meu coração 

11 Mas não me negava nada 

12 E assustada eu disse não


13 O segundo me chegou 

14 Como quem chega do bar 

15 Trouxe um litro de aguardente 

16 Tão amarga de tragar 

17 Indagou o meu passado 

18 Cheirou minha comida 

19 Vasculhou minha gaveta 

20 Me chamava de perdida 

21 Me encontrou tão desarmada 

22 Que arranhou meu coração 

23 Mas não me entregava nada 

24 E assustada eu disse não.


25 O terceiro me chegou 

26 Como quem chega do nada 

27 Ele não me trouxe nada 

28 Também nada perguntou 

29 Mal sei como ele se chama 

30 Mas entendo o que ele quer 

31 Se deitou na minha cama 

32 E me chama de mulher 

33 Foi chegando sorrateiro 

34 E antes que eu dissesse não 

35 Se instalou feito posseiro 

36 Dentro do meu coração.

  (Chico Buarque)


1. De acordo com o entendimento que se faz do texto, pode-se afirmar que: 

a) Terezinha aceitou namorar o primeiro pretendente, porque ele trouxe flores para ela. 

b) Terezinha não aceitou nenhum dos três pretendentes, porque eles não queriam nada sério com ela, somente sexo. 

c) Ficou claro que o primeiro pretendente foi o preferido de Terezinha, visto que ele a chamava de rainha. 

d) O terceiro pretendente, diferentemente dos outros dois, não trouxe nada, não perguntou nada, mas foi o que conseguiu conquistar o coração de Terezinha. 

e) Terezinha, sendo uma prostituta, ficou com os três pretendentes, mas gostou mais do primeiro, porque ele trouxe um bicho de pelúcia para ela.


2. Observando-se o tipo de composição do texto, é correto afirmar que o texto “Teresinha”, é certamente: 

a) Uma narração. 

b) Uma descrição. 

c) Uma poesia. 

d) Uma crônica argumentativa. 

e) Uma anedota.


3. A palavra “aguardente” (v 15) foi formada por um processo de formação de palavras chamado: 

a) Composição por justaposição; 

b) Derivação prefixal; 

c) Derivação sufixal; 

d) Parassíntese; 

e) Composição por aglutinação.


4. Observando as palavras “tão” (v 9) e “que” (v 10), podemos afirmar que elas expressam uma circunstância de: 

a) Conformidade; 

b) Consequência; 

c) Causa; 

d) Concessão; 

e) Conclusão.


5. A oração introduzida pelo “que” (v 6) classifica-se como: 

a) Adverbial consecutiva; 

b) Adverbial causal; 

c) Coordenada conclusiva; 

d) Adjetiva restritiva; 

e) Substantiva objetiva direta.


6. O verbo “entregava” (v 23) classifica-se, no contexto, como: 

a) Verbo transitivo direto; 

b) Verbo intransitivo; 

c) Verbo de ligação; 

d) Verbo transitivo indireto; 

e) Verbo transitivo direto e indireto. 


7. Observando a segunda estrofe, podemos perceber uma predominância de: 

a) Sujeito implícito; 

b) Sujeito indeterminado; 

c) Oração sem sujeito; 

d) Sujeito oracional; 

e) Sujeito composto


8. No verso “Mas não me entregava nada” (v 23), percebe-se a correta colocação do pronome oblíquo “me”. Dessa forma, marque a opção em que, de acordo com a norma culta da língua portuguesa, o pronome oblíquo esteja corretamente colocado. 

a) Sempre desejou-a como madrinha. 

b) Quando chamaram-no, ficou nervoso. 

c) Ninguém informou-lhe o resultado. 

d) Recusou o prêmio que lhe ofereceram. 

e) Os alunos nunca procuraram-no depois da aula.


9. A palavra “mal” (v 29) assume, no contexto, a função morfológica de: 

a) Substantivo; 

b) Adjetivo; 

c) Advérbio; 

d) Preposição; 

e) Conjunção. 


10. Nas palavras “relógio” (v 7), “rainha” (v 8) e “sorrateiro” (v 33) temos, respectivamente: 

a) Ditongo, hiato, ditongo; 

b) Ditongo, hiato, hiato; 

c) Hiato, hiato, hiato; 

d) Ditongo, ditongo, ditongo; 

e) Hiato, ditongo, ditongo








segunda-feira, 19 de julho de 2021

Atividade Ensino Médio. A Arte De Ser Feliz - Cecília Meireles















A arte de ser feliz 

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um jardim quase seco.

Era numa época de estiagem, da terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam o muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho no ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. Eu me sinto completamente feliz.

 Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. 

(Cecília Meireles)


1. O texto lido nos sugere o conceito de felicidade na visão da autora. Dessa forma, podemos afirmar que não é condizente com as ideias do texto:

a) Podemos encontrar a felicidade nos pequenos acontecimentos da vida; 

b) A felicidade está na simplicidade e na maneira como encaramos os fatos; 

c) Só seremos felizes de verdade se criarmos um universo de sonho e ilusão; 

d) Cumprir o destino e estar no lugar certo é causa de felicidade; 

e) Para algumas pessoas é preciso aprender a olhar os acontecimentos simples de cada dia e neles encontrar um motivo para ser feliz.


2. Em: “Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde” e “Outras vezes encontro nuvens espessas”. As palavras destacadas podem ser classificadas morfologicamente como:

a) Substantivo e adjetivo; 

b) Substantivo e verbo no particípio; 

c) Adjetivo e substantivo; 

d) Substantivo e advérbio; 

e) Adjetivo e advérbio.


3. Marque o item em que a relação entre o verbo destacado e o tempo verbal não está correta: 

a) “... e o jardim parecia morto” (pretérito imperfeito do indicativo); 

b) “... para que o jardim não morresse” (pretérito imperfeito do subjuntivo); 

c) “Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor” (presente do indicativo); 

d) “Avisto crianças que vão para a escola” (presente do indicativo); 

e) “... para as gotas de água que caíam de seus dedos magros...” (pretérito perfeito do indicativo).


4. Marque a opção em que a vírgula poderia ser retirada do texto sem prejudicar as regras de pontuação preceituadas pela norma padrão:

a) “Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto”; 

b) “E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz”; 

 c) “Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais”;

 d) “Às vezes, um galo canta”; 

 e) “Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino”.


5. O texto lido nos sugere o conceito de felicidade na visão da autora. Dessa forma, podemos afirmar que não é condizente com as ideias do texto:

a) Podemos encontrar a felicidade nos pequenos acontecimentos da vida; 

b) A felicidade está na simplicidade e na maneira como encaramos os fatos; 

c) Só seremos felizes de verdade se criarmos um universo de sonho e ilusão; 

d) Cumprir o destino e estar no lugar certo é causa de felicidade; 

e) Para algumas pessoas é preciso aprender a olhar os acontecimentos simples de cada dia e neles encontrar um motivo para ser feliz.

Atividade Ensino Médio. A vida do homem - Francisco Xavier

A vida do homem

- Deus criou o homem - começa o narrador – e disse-lhe: - Vai, serás o senhor da terra e o animal superior. Grandes trabalhos e surpresas te esperam, mas de tudo triunfarás, se fizeres de tua parte. A tua felicidade muito depende do teu querer. Viverás trinta anos.

O homem ouviu e calou-se. 

Deus criou o burro e disse-lhe: 

- Vais viver como escravo do homem, irás conduzi-lo a ele e a todos os fardos que te puser às costas. Viverás cinquenta anos.

O burro meditou e respondeu: - É muito , Senhor, bastam-me trinta. 

Deus criou o cão e disse-lhe: 

- Vais ser o companheiro do homem, de quem guardarás, sempre alerta, a porta, servindo com inteira obediência. 

Sofrerás açoites, mas, humilde e fiel, tens que lamber a mão que te castiga. Viverás trinta anos.

O cão pensou e refugou: 

- Não, Senhor, quero apenas dez.

Deus criou o macaco e disse-lhe: 

- Vai, teu ofício é alegrar o homem. Viverás cinquenta anos.

O macaco pestanejou e pediu: 

- Senhor, basta-me viver trinta anos. Tomando, então, a palavra, disse o homem:

- Senhor, trinta anos é muito pouco para o rei dos animais.

- Toma-os – acedeu o Criador. – Viverás os noventa anos, mas com uma condição – cumprirás, em tua vida, não só o teu destino, mas também o do burro, o do cão e o do macaco.

E assim vive o homem. 

Até aos trinta, forte, corajoso, resistente, arrosta os perigos e estorvos. Luta com resolução, vence e domina. É homem. 

Dos trinta aos cinquenta, tem família e trabalha, sem repouso, para sustentá-la. Sobre ele se acumula os encargos.

 É burro.

Dos cinquenta aos setenta anos, está de sentinela à família. 

Dedicado e dócil, seu dever é defendê-la, mas já não pode, contudo, fazer valer a sua vontade. Contrariado, humilha-se e obedece. É cão.

Dos setenta aos noventa, sabe que não o tomam a sério, mas resigna-se e tem gosto em ser o palhaço das crianças e netos. É macaco. 

(Francisco Xavier Marques)


1.  Assinale a alternativa correta: 

a) Pelo modo de contar a história e pelo tema escolhido, o autor prova que se inspirou em pesquisas científicas sobre a origem do homem. 

b) O texto é predominantemente narrativo. 

c) O texto não apresenta traços de humor.

d) O autor optou em dar preferência à reprodução da fala das personagens pelo narrador, indiretamente.

e) A seriedade do texto contrapõe-se à maneira como o narrador abordou o assunto e na interpretação dada pelo leitor nas entrelinhas.


2. Assinale a alternativa que contém uma análise incorreta do texto: 

a) As circunstâncias de tempo predominam sobre as de espaço no texto. 

b) A cada vez que Deus se dirige a um ser o autor deu preferência ao emprego de verbos no presente. 

c) O narrador faz considerações sobre os períodos da vida do homem dando preferência ao emprego dos verbos no presente. 

d) Na história, há animais agindo com características humanas. 

e) Tanto os animais quanto o homem e Deus são personagens do texto.


3.  É verdadeiro afirmar que no texto: 

a) Os homens e os animais demonstram resignação com as determinações de Deus sobre suas vidas. 

b) Deus atendeu ao pedido de cada uma das criaturas. 

c) Os animais solicitando a diminuição de suas vidas ilustra a eterna luta do homem a fim de dominar a natureza. 

d) Destaca-se no texto que até os animais possuem desmedida ambição. 

e) O tema central do texto é mostrar de maneira solene o destino de cada animal segundo a Bíblia.


4. Um dos períodos do texto foi alterado para conter um erro de concordância verbal. Assinale a alternativa abaixo que o contém: 

a) Viverás trinta anos.

b) É muito, Senhor, bastam-me trinta. 

c) -- Vai, teu ofício é alegrar o homem. 

d) -- Senhor, trinta anos é muito pouco para o rei dos animais. 

e) Sobre ele se acumula os encargos.













Charges para Interpretação - Ensino Médio

 Leia o Texto para responder às questões 01 e 02. 1.  Da leitura da linguagem verbal e não verbal, infere-se que o objetivo da charge é: a) ...