Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um jardim quase seco.
Era numa época de estiagem, da terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam o muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho no ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. Eu me sinto completamente feliz.
Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
(Cecília Meireles)
1. O texto lido nos sugere o conceito de felicidade na visão da autora. Dessa forma, podemos afirmar que não é condizente com as ideias do texto:
a) Podemos encontrar a felicidade nos pequenos acontecimentos da vida;
b) A felicidade está na simplicidade e na maneira como encaramos os fatos;
c) Só seremos felizes de verdade se criarmos um universo de sonho e ilusão;
d) Cumprir o destino e estar no lugar certo é causa de felicidade;
e) Para algumas pessoas é preciso aprender a olhar os acontecimentos simples de cada dia e neles encontrar um motivo para ser feliz.
2. Em: “Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde” e “Outras vezes encontro nuvens espessas”. As palavras destacadas podem ser classificadas morfologicamente como:
a) Substantivo e adjetivo;
b) Substantivo e verbo no particípio;
c) Adjetivo e substantivo;
d) Substantivo e advérbio;
e) Adjetivo e advérbio.
3. Marque o item em que a relação entre o verbo destacado e o tempo verbal não está correta:
a) “... e o jardim parecia morto” (pretérito imperfeito do indicativo);
b) “... para que o jardim não morresse” (pretérito imperfeito do subjuntivo);
c) “Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor” (presente do indicativo);
d) “Avisto crianças que vão para a escola” (presente do indicativo);
e) “... para as gotas de água que caíam de seus dedos magros...” (pretérito perfeito do indicativo).
4. Marque a opção em que a vírgula poderia ser retirada do texto sem prejudicar as regras de pontuação preceituadas pela norma padrão:
a) “Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto”;
b) “E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz”;
c) “Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais”;
d) “Às vezes, um galo canta”;
e) “Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino”.
5. O texto lido nos sugere o conceito de felicidade na visão da autora. Dessa forma, podemos afirmar que não é condizente com as ideias do texto:
a) Podemos encontrar a felicidade nos pequenos acontecimentos da vida;
b) A felicidade está na simplicidade e na maneira como encaramos os fatos;
c) Só seremos felizes de verdade se criarmos um universo de sonho e ilusão;
d) Cumprir o destino e estar no lugar certo é causa de felicidade;
e) Para algumas pessoas é preciso aprender a olhar os acontecimentos simples de cada dia e neles encontrar um motivo para ser feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário