sábado, 30 de abril de 2022

Atividade Ensino Médio. Textos Diversos para Interpretação

 

Dentro da noite veloz  

Sou um homem comum 
brasileiro, maior, casado, reservista, 
e não vejo na vida, amigo, 
nenhum sentido, senão 
lutarmos juntos por um mundo melhor. 
Poeta fui de rápido destino. 
Mas a poesia é rara e não comove 
nem move o pau-de-arara. 
Quero, por isso, falar com você, 
de homem para homem, 
apoiar-me em você 
oferecer-lhe o meu braço que o tempo é pouco e o latifúndio está aí, matando. 

[...] 

(Ferreira Gullar)


1. A respeito do poema, dadas as afirmativas, 

I. Construir sua identidade como “homem comum”, segundo o poema, significa reconhecer-se semelhante a tantos outros homens, os quais compartilham dos mesmos problemas. 

II. O significado de ser “homem comum”, no poema, sugere a ideia de irmanar-se a todos os seus semelhantes e, junto com eles, criar condições para resistir às forças opressoras; a exemplo, o latifúndio. 

III. As ideias contidas no poema representam a força da humanidade para resistir às pressões sociais. A poesia aparece como uma afirmação da luta por um mundo melhor. verifica-se que está(ão) correta(s) 

a) I, apenas. 

b) III, apenas. 

c) I e II, apenas. 

d) II e III, apenas. 

e) I, II e III.


Agosto 1964 

Entre lojas de flores e de sapatos, bares, 
mercados, butiques, 
viajo 
num ônibus Estrada de Ferro-Leblon.
Volto do trabalho, a noite em meio, 
fatigado de mentiras. 
Digo adeus à ilusão mas não ao mundo. 
Mas não à vida, 
meu reduto e meu reino. 
Do salário injusto, 
da punição injusta, 
da humilhação, da tortura, 
do horror, 
retiramos algo e com ele construímos um artefato 
um poema 
uma bandeira 

(Gullar Ferreira)


2. Dadas as afirmativas, considerando que o gênero textual referente é um poema de cunho social, 

I. O autor esboça-se do lirismo com intensa explanação da objetividade. 

II. O efeito poético é resultado da apresentação dos problemas sociais, os quais são mostrados sucessivamente, por meio de acumulação. 

III. No poema, visualiza-se a identidade pessoal ampliada pela identidade nacional, isso porque as desigualdades sociais são explicitadas. 

IV. O texto se utiliza da voz coletiva, cuja “bandeira” representa luta, força, sindicalidade. verifica-se que está(ão) correta(s): 

a) II, apenas. 

b) I e III, apenas. 

c) I e IV, apenas. 

d) II, III e IV, apenas. 

e) I, II, III e IV. 


A Bíblia Laica



 






O Bom Livro (uma Bíblia Laica) é inspirado em livros sagrados de grandes religiões. Como a Bíblia, reúne ensinamentos em forma de capítulos e versículos, e a construção de seu texto lembra a poesia dos salmos. Mas, em vez de profecias ou dogmas, traz conselhos de filósofos, cientistas e pensadores como Sêneca, Montaigne e Bacon – tudo para mostrar que a sabedoria surge da experiência humana.  

(Luciana Galastri)


3. No tocante ao gênero, o texto classifica-se como:

a) paródia. 

b) artigo de opinião. 

c) resumo indicativo. 

d) crônica jornalística. 

e) resumo informativo.


  Amor 

Um pouco cansada, com as compras deformando o novo saco de tricô. Ana subiu no bonde. Depositou o volume no colo e o bonde começou a andar. Recostou-se então no banco procurando conforto, num suspiro de meia satisfação. 

Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.

(Clarice Lispector)


4. O foco narrativo do texto identifica-se como: 

a) foco narrativo em primeira pessoa, cujo narrador é personagem principal da história: narrador-protagonista. 

b) foco narrativo em primeira pessoa, cujo narrador é personagem secundária da história. Apenas conta uma história que testemunhou. 

c) foco narrativo em terceira pessoa, cujo narrador é o observador que descreve personagens e situações de forma superficial. 

d) foco narrativo em terceira pessoa, cujo narrador-protagonista é uma personagem secundária. Narra os fatos apenas como um relato dos acontecimentos. 

e) foco narrativo em terceira pessoa, cujo narrador é onisciente. Conhece não apenas a história da protagonista, mas também seus pensamentos e sentimentos mais profundos.






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