quarta-feira, 8 de setembro de 2021
Atividade Fundamental II. Charge para interpretação
terça-feira, 7 de setembro de 2021
Atividade Ensino Médio. Fragmento. João Cabral de Melo Neto - Morte e Vida Severina
Morte e Vida Severina — O meu nome é Severino não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba. Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados, Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande |
que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar algum roçado da cinza. Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias e melhor possam seguir a história de minha vida, passo a ser o Severino que em vossa presença emigra. (João Cabral de Melo Neto) |
1. O texto inicia com a apresentação do nome do personagem-narrador, a escolha do nome “Severino” tem a seguinte intenção:
a) Representar todos os homens sofredores do Nordeste.
b) É um nome comum, que o autor escolheu de forma aleatória.
c) Severino é um nome que indica pessoa de posses.
d) Individualizar o personagem principal do texto.
e) Identificar o personagem principal do texto e sua família.
2. No texto, com o objetivo de se apresentar às pessoas, o narrador usa referências, EXCETO:
a) pessoais
b) de sobrenomes
c) de nomes
d) geográficas
e) sentimentais
3. “Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino...”.
O trecho acima mostra, em uma leitura crítica, que:
a) Há cinco homens com o mesmo nome que o de Severino.
b) O relato anterior é incompleto, pois o narrador afirma: “mais isso ainda diz pouco”.
c) É inútil o narrador tentar individualizar-se, ele é apenas um igual a tantos outros “Severinos”.
d) O narrador é apenas igual a uma parte de tantos outros “Severinos”.
e) N.R.A.
4. “Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida...”. A igualdade a que se refere o narrador é a respeito de, EXCETO:
a) sofrimento
b) dor
c) busca
d) personalidade
e) miséria
5. “Mas, para que me conheçam/ melhor Vossas Senhorias/ e melhor possam seguir/ a história de minha vida,/ passo a ser o Severino que em vossa presença emigra”.
A respeito do trecho destacado é CORRETO afirmar que:
a) O leitor acompanhará o narrador em sua jornada.
b) O narrador assume o fato de ser Severino, o que antes era por ele negado.
c) O narrador volta para sua terra natal.
d) Existem duas alternativas corretas.
e) N.R.A.
6. “...como há muitos Severinos/ com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria/ do finado Zacarias”. O verbo grifado no trecho destacado tem o mesmo sentido em:
a) Havia ali ordem e paz.
b) Há mais de uma hora estou te esperando.
c) Há um ano não chove nesta região.
d) Eu já havia falado sobre este assunto.
e) Eu hei de conseguir esta conquista.
7. “... por causa de um coronel/ que se chamou Zacarias...”. o termo sublinhado tem a mesma função na frase:
a) Gostaria que você me dissesse a verdade.
b) Os homens que trabalham honestamente têm a consciência tranquila.
c) Eles que sabem como foi difícil.
d) Estou afirmando que não voltarei mais.
e) Quê! Não posso acreditar nisso!
Atividade Ensino Médio. O amor é valente - Bráulio Bessa
O amor é valente
segunda-feira, 6 de setembro de 2021
Atividade Ensino Fundamental II. Estação Café - Sérgio Capparelli
Estação Café
Pastéis Santa Clara
Bem-casados com ambrosia,
Caramelados com nozes
E bombas de baunilha
Senhora dona doceira,
Me tira dessa agonia!
Mil-folhas e broinhas,
Com geleias e pavê,
Fios de ovos, apfelstrudel,
Maçãs flambadas, não vê?
Qual é o doce mais doce?
O doce mais doce? Você!
Pães de queijo, ovos moles,
Olho de sogra, doce de abóbora
Pingos de chuva, algodão doce,
Doce, oh doce senhora!
Senhora dona doceira,
Doce aqui e agora,
E agora, bem no fim,
Eu recuso maria-mole,
Mas nós dois, bem juntim,
Agarradim, rocambole.
(Sérgio Capparelli)
1. O poeta está em uma loja de:
a) pães.
b) frutas.
c) guloseimas.
d) alimentos naturais.
2. No verso “Me tira dessa agonia”, o poeta se refere ao fato de:
a) preferir os salgados.
b) não poder comer doces.
c) ser uma pessoa decidida.
d) não saber o que escolher.
3. Na terceira estrofe, o leitor descobre que o poeta:
a) não gosta de doces.
b) está apaixonado pela doceira.
c) tem conhecimentos de culinária.
d) se preocupa com o excesso de açúcar.
4. A palavra “doce” não significa “alimento que contém açúcar” em:
a) “Doce, oh doce senhora!”
b) “Qual é o doce mais doce?”
c) “Pingos de chuva, algodão doce”.
d) “Olho de sogra, doce de abóbora”.
sexta-feira, 3 de setembro de 2021
Atividade Ensino Médio. Fragmento. Graciliano Ramos - Vidas Secas
Vidas Secas
Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.
- Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era um homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava dos animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.
Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
- Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades.
Chegara naquela situação medonha – e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.
- Um bicho, Fabiano.
Era. Apossara-se da casa porque não tinha onde cair morto, passar uns dias mastigando raiz de imbu e sementes de mucunã. Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara. Fabiano fizera-se desentendido e oferecera os seus préstimos, resmungando, coçando os cotovelos, sorrindo aflito. O jeito que tinha era ficar. E o patrão aceitara-o, entregara-lhe as marcas de ferro.
Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como bicho, entocara-se como bicho, mas criara raízes, estava plantado. Olhou as quipás, os mandacarus e os xique-xiques. Era mais forte que tudo isso, era como as catingueiras e as baraúnas. Ele, sinhá Vitória, os dois filhos e a cachorra Baleia estavam agarrados à terra.
Chape-chape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco.
Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. A sina dele era correr mundo, andar para cima e para baixo, à toa, como judeu errante. Um vagabundo empurrado pela seca. Achava-se ali de passagem, era hóspede. Sim senhor, hóspede que demorava demais, tomava amizade à casa, ao curral, ao chiqueiro das cabras, ao juazeiro que os tinha abrigado uma noite.
Deu estalo com os dedos. A cachorra Baleia, aos saltos, veio lamber-lhes as mãos grossas e cabeludas. Fabiano recebeu a carícia, enterneceu-se:
- Você é um bicho, Baleia.
Vivia longe dos homens, só se dava bem com os animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se agüentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopéias. Na verdade falava pouco. Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.
(Graciliano Ramos)
1. Através de elementos descritivos, o narrador estabelece a seguinte oposição:
a) Fabiano – unhas sujas.
b) homem – cabra.
c) homem – meninos.
d) bicho – cabra.
e) Fabiano – vaqueiro.
2. Fabiano identifica-se com “um bicho, capaz de vencer dificuldades”. A expressão grifada tem o seu sentido contextual demonstrado na opção:
a) Viver em condições miseráveis.
b) Ser vitorioso diante de qualquer adversidade.
c) Sobreviver à seca, resistir às adversidades.
d) Enaltecer a fragilidade humana.
e) Vencer seus conflitos psicológicos.
3. O narrador insiste na comparação: Fabiano x bicho; com a finalidade de...
a) demonstrar a condição humana da personagem, a pobreza e miséria.
b) comparar o mundo racional com o irracional.
c) realizar debates e discussões a respeito da relação do homem com o meio-ambiente.
d) reforçar a tendência em defesa dos animais.
e) Existem duas opções corretas.
4. O primeiro parágrafo do texto transcrito traz uma sequência de:
a) Fatos isolados que serão entendidos pelo leitor no decorrer do texto.
b) Palavras subjetivas que denotam a gravidade do quadro descrito.
c) Ações encadeadas formando um quadro descritivo.
d) Ações desencadeadas formando um quadro explicativo.
e) Oposições e reações.
5. Para Fabiano, ser bicho era motivo de orgulho. NÃO é causa desse orgulho, referente ao contexto:
a) Vencer obstáculos.
b) Resistir às dificuldades do meio ambiente.
c) Sobreviver mesmo em situações adversas.
d) Viver em condições mínimas.
e) Ter pés duros que quebram espinhos.
6. O uso da vírgula na oração seguinte tem uma função específica: “- Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.” A mesma função NÃO aparece em:
a) “- Você é um bicho, Fabiano.”
b) “e ali estava, forte, até gordo,...”
c) “- Um bicho, Fabiano.”
d) “- Você é um bicho, Baleia.”
e) “Não fique triste, Fabiano.”
7. “Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só.” Para haver um correto entendimento do período anterior, faz-se necessária a relação adequada dos pronomes utilizados.
Assinale a alternativa correta:
a) Quem se conteve foram os meninos.
b) A admiração veio de Fabiano.
c) Os meninos ouviriam Fabiano.
d) Fabiano ouviria os meninos.
e) Os meninos admiravam-se.
8. Correlacione a 1ª coluna com a 2ª considerando as circunstâncias expressas pelas palavras em destaque:
1.“Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali.”
2.“Sim senhor, hóspede que demorava demais,...”
3.“Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais.”
4.“A pé, não se aguentava bem.”
( ) tempo
( ) intensidade
( ) lugar
( ) modo
A sequência correta é:
a) 2, 3, 4, 1
b) 4, 3, 2, 1
c) 1, 3, 2, 4
d) 1, 2, 3, 4
e) 3, 2, 1, 4
9. A linguagem permite que a mensagem seja construída de maneiras diversas e que detenham o mesmo sentido. A oração: “E o patrão aceitara-o,...” NÃO tem o seu significado comprometido em:
a) Ele seria aceito pelo patrão.
b) O patrão seria aceito.
c) O patrão aceitara-se.
d) Ele aceitara o patrão.
e) Ele fora aceito pelo patrão.
10. É importante conhecermos os radicais, porque eles nos auxiliam a descobrir o sentido de inúmeras palavras. O par de vocábulo e o significado do radical grego está correto em:
a) Monossilábica – primeiro.
b) Heterogâmico – outro, diferente.
c) Ornitologia – nariz.
d) Panaceia – doença.
e) Filosofia – estudo.
Atividade Ensino Médio. Quadrinhos para Interpretação - Mafalda
Texto: A Anunciação - Vinícius de Moraes
A anunciação Montevidéu Virgem! filha minha De onde vens assim Tão suja de terra Cheirando a jasmim A saia com mancha De flor carme...
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A Lebre e a Tartaruga — Tenho pena de você —, disse uma vez a lebre à tartaruga: — obrigada a andar com a tua casa às costas, não podes p...
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1. A expressão felizmente modifica: a) todo o conteúdo expresso no pensamento de Garfield. b) a afirmação de Garfield presente no prim...