quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Atividade Ensino Médio. O Padeiro - Rubem Braga

 O Padeiro 



1 Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro 

2 a porta do  apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro 

3 de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não 

4 é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; 

5 acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não 

6 sei bem o que do governo. 

7 Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto 

8 tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha 

9 deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os 

10 moradores, avisava gritando: 

11 – Não é ninguém, é o padeiro! 

12 Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? 

13 “Então você não é ninguém?” 

14 Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe 

15 acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra 

16 pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a 

17 pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim 

18 ficara sabendo que não era ninguém.

19 Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis 

20 detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. 

21 Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada 

22 que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e 

23 muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda 

24 quentinho da máquina, como pão saído do forno.

25 Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante 

26 porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem 

27 assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na 

28 porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem 

29 entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” 

30 E assobiava pelas escadas. 

(Rubem Braga)


1. O texto de Rubem Braga é um(a): 

a) fábula: conta uma história curta que ilustra um preceito moral. 

b) notícia: comunica uma informação de modo simples e objetivo. 

c) artigo de opinião: apresenta argumentos favoráveis à profissão de padeiro. 

d) crônica: relata com sensibilidade fatos do cotidiano, de um ponto de vista pessoal. 


2. Ao trazer à tona as lembranças de um padeiro, Rubem Braga:

a) reflete sobre a modéstia e a simplicidade. 

b) descreve com minúcias seu tempo de mocidade. 

c) expressa sua insatisfação quanto ao trabalho noturno. 

d) critica a forma como os patrões costumam tratar seus subordinados. 


3. O enunciado “Não é ninguém, é o padeiro!” denota que “padeiro” é uma: 

a) pessoa de pouca importância. 

b) profissão sem qualquer utilidade. 

c) profissão reconhecidamente útil e alegre. 

d) pessoa alegre, sorridente, mas dada a gracejos. 


4. Rubem Braga dá provas de sua humildade em: 

a) “Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno” (linha 21). 

b) “Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante” (linhas 19-20). 

c) “E às vezes me julgava importante por que no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome” (linhas 25-27). 

d) “Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno” (linhas 21-24). 


5. As reticências em “Assim ficara sabendo que não era ninguém...” (linhas 17-18) indicam: 

a) emoção excessiva. 

b) dúvida e incerteza. 

c) interrupção na oração. 

d) ideia além do que foi expresso. 


6. A locução “ainda que” (linha 20) e o advérbio “ainda” (linhas 23) estabelecem, respectivamente, relações de: 

a) restrição e tempo. 

b) concessão e tempo. 

c) restrição e intensidade. 

d) concessão e intensidade. 


7. Há relação lógico-semântica de causalidade em: 

a) “De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno” (linhas 3-4). 

b) “Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro” (linhas 1-2). 

c) “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente” (linhas 7-8). 

d) “E às vezes me julgava importante por que no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome” (linhas 25-27). 


8. Quanto às relações de sentido, é correto afirmar que: 

a) “abluções” (linha 1) significa “reflexões”. 

b) a preposição “para” (linha 9) indica direção. 

c) o advérbio “assim” (linha 17) expressa modo. 

d) a locução “de resto” (linha 3) anuncia uma transição do pensamento. 


9. As ideias e a correção textual não seriam respeitadas, caso se substituísse: 

a) “obrigando” (linha 5) por “se obrigarem”. 

b) “vou me lembrando” (linha 8) por “recordo de”. 

c) “quase sempre” (linha 22) por “ininterruptamente”. 

d) “No mesmo instante” (linha 2) por “imediatamente”. 


10. Quanto ao uso dos sinais de pontuação, é falso afirmar que: 

a) as aspas em “Então você não é ninguém?” (linha 13) sinalizam discurso direto. 

b) a vírgula é desnecessária em “Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo” (linha 19). 

c) o ponto de exclamação em “Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo!” (linha 25) marca a emoção do autor ao voltar-se para o passado. 

d) não haveria prejuízo do sentido e da correção, se as vírgulas fossem suprimidas em “Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno” (linha 21).

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Atividade Ensino Médio. Letras de Músicas para Interpretação

 Xote ecológico 



Não posso respirar, não posso mais nadar 

A terra está morrendo, não dá mais pra plantar 

se plantar não nasce, se nascer não dá 

Até pinga da boa é difícil de encontrar 


Não posso respirar, não posso mais nadar 

A terra está morrendo, não dá mais pra plantar 

E se plantar não nasce, se nascer não dá 

Até pinga da boa é difícil de encontrar


Cadê a flor que estava aqui? 

Poluição comeu 

E o peixe que é do mar? 

Poluição comeu 

E o verde onde é que está? 

Poluição comeu 

Nem o Chico Mendes sobreviveu

(Luiz Gonzaga)


1. Em relação à temática da canção, é CORRETO afirmar que: 

a) se trata apenas de mostrar o xote como um ritmo brasileiro. 

b) propõe possíveis atitudes que promovam a preservação ambiental. 

c) representa apenas uma exaltação à vida de Chico Mendes, sindicalista e ativista brasileiro. 

d) representa uma crítica à agressão feita pelo homem à natureza. 

e) enaltece e fortifica o movimento cultural da região Nordeste. 


2. Leia atentamente as afirmações que seguem para responder o que se pede: 


I- Luís Gonzaga critica o homem pela agressão à natureza. 

II- O homem necessita da natureza para seu próprio bem-estar e para a sua sobrevivência. 

III- A seca trouxe implicações para o homem do campo, que com seu trabalho, provocou a poluição. 

IV- O texto mostra que o sertanejo deve ter fé, que a situação do sertão vai melhorar. 

V- A cada dia a paisagem do sertão se modifica para melhor. 


Estão CORRETAS apenas 

a) I, II, III, IV e V

b) I, II, III e IV. 

c) I e III.

d) I e II

e) I, II e III













Comida 

Bebida é água! 

Comida é pasto! 

Você tem sede de que? 


Você tem fome de que?... 

A gente não quer só comida 

A gente quer comida 

Diversão e arte 

A gente não quer só comida 

A gente quer saída 

Para qualquer parte...


A gente não quer só comida 

A gente quer bebida 

Diversão, balé 

A gente não quer só comida 

A gente quer a vida 

Como a vida quer... 


Bebida é água! 

Comida é pasto! 

Você tem sede de que? 

Você tem fome de que?... 


A gente não quer só comer 

A gente quer comer 

E quer fazer amor 

A gente não quer só comer 

A gente quer prazer 

Prá aliviar a dor... 


A gente não quer 

Só dinheiro 

A gente quer dinheiro 

E felicidade 

A gente não quer 

Só dinheiro 

A gente quer inteiro 

E não pela metade... /.../

(Titãs)


1. Sobre o texto acima (Comida), assinale a alternativa correta: 

a) O texto organiza-se em torno da oposição vida X morte, pois, ao requerer comida, bebida e dinheiro, faz-se uma analogia à subsistência do homem. 

b) O texto organiza-se em torno da oposição natureza X civilização, pois, ao requerer diversão e balé, faz-se uma requisição de atributos da cidade. 

c) O texto organiza-se em torno da oposição parcialidade X totalidade, pois, ao requerer comida, bebida, dinheiro, diversão, balé etc., faz-se uma oposição entre aquilo que é necessário à subsistência do homem e aquilo que é necessário para uma vida considerada digna e plena. 

d) O texto organiza-se em torno da oposição alegria X tristeza, pois, ao requerer comida, bebida, dinheiro, diversão, balé etc ., afirma-se que o homem não possui nenhum destes requisitos na sua vida.

e) O texto organiza-se em torno da oposição pobreza X riqueza pois, ao requerer comida, bebida, dinheiro, diversão, balé etc. Afirma-se que apenas os ricos possuem os privilégios políticos no Brasil.







Trem das Onze  



Não posso ficar nem mais um minuto com você 

Sinto muito amor, mas não pode ser 

Moro em Jaçanã 

Se eu perder esse trem 

Que sai agora às onze horas 

Só amanhã de manhã 

Além disso, mulher 

Tem outra coisa 

Minha mãe não dorme 

Enquanto eu não chegar 

Sou filho único 

Tenho minha casa para olhar 

E eu não posso ficar 

(Adoniran Barbosa) 


Considere o texto acima: 

1. O termo em destaque pode ser substituído, sem prejuízo ao sentido, por:

a) Ademais. 

b) Contanto. 

c) Afinal. 

d) Sobretudo. 

e) Isto é.






domingo, 22 de agosto de 2021

Atividade Ensino Fundamental II. Fábula - O Lenhador e Hermes

O lenhador e Hermes 

Um lenhador que trabalhava à margem de um rio deixara seu machado cair dentro d'água. Desconsolado, ele chorava, sentado na areia. Ao saber de seu infortúnio, Hermes teve pena dele e mergulhou no rio. Trouxe-lhe um machado de ouro. 

− É o teu? − perguntou ao lenhador. 

− Não − respondeu o homem. 

Hermes mergulhou de novo e voltou com um machado de prata. 

− Não, não é esse − respondeu o homem. 

Hermes mergulhou pela terceira vez e trouxe um machado de lenhador. 

− Sim, é esse − disse o homem. 

Diante de tal honestidade, Hermes deu os três machados a ele. O lenhador foi contar a história a seus amigos. Um deles quis ver se aquilo era mesmo verdade. Foi até a beira do rio e jogou seu machado na água. Depois se sentou e começou a se lamentar. Hermes lhe apareceu e, ao saber o porquê de suas lágrimas, mergulhou no rio. Mais uma vez, voltou com um machado de ouro e perguntou se era aquele o que tinha perdido. E o homem, os olhos brilhando de satisfação: 

− Sim, é esse, sem dúvida. 

Tal descaramento desagradou demais ao deus, que não só guardou o machado de ouro mas também o outro. 

Os deuses protegem o homem correto, mas desapontam o velhaco.

 (Esopo)

Hermes (para os gregos) ou Mercúrio (para os romanos) era o deus da comunicação, das mensagens.


1. Podemos classificar o texto acima como: 

a) lenda. 

b) conto de fadas. 

c) fábula. 

d) história. 


2. Leia atentamente as afirmações que são feitas a respeito do texto “O lenhador e Hermes” e julgue se são verdadeiras (V) ou falsas (F). 

(  ) O texto não encerra com qualquer julgamento moral, apenas com a idéia de que o segundo lenhador se deu mal. Ou seja, afinal, termina com um final feliz. 

(  ) A afirmação do último parágrafo do texto significa que devemos afirmar princípios e contrariar interesses. 

(  ) No texto, “infortúnio” quer dizer “infelicidade”, “descaramento” quer dizer “desfaçatez” e “velhaco” quer dizer “patife”. Assinale a alternativa correta: 

a) F – V – F. 

b) F – V – V. 

c) F – F – V. 

d) V – V – V. 


3. Podemos afirmar que este texto tem como personagens: 

a) dois lenhadores, um deus, amigos. 

b) um lenhador, um velhaco, um deus, amigos. 

c) um lenhador, um velhaco, um deus, homens. 

d) um lenhador, um deus, um homem (amigo do lenhador), amigos.


4. Dizer “Os deuses protegem o homem correto, mas desapontam o velhaco”, é o mesmo que dizer: 

a) que os deuses guardam os honestos, mas não os enganadores. 

b) que quem é honesto tem tudo, quem é desonesto sempre se dá mal. 

c) que os deuses guardam os honestos, mas desiludem os enganadores. 

d) que “Deus ajuda quem cedo madruga”.




Atividade Ensino Médio. Texto Curto para Interpretação

 Retrato 













 Eu não tinha este rosto de hoje, 

 assim calmo, assim triste, assim magro, 

 nem estes olhos tão vazios, 

 nem o lábio amargo. 

 Eu não tinha estas mãos sem força, 

 tão paradas e frias e mortas; 

 eu não tinha este coração 

 que nem se mostra. 

 Eu não dei por esta mudança, 

 tão simples, tão certa, tão fácil: 

 – Em que espelho ficou perdida 

 a minha face?

(Cecília Meireles)


1. Em relação ao poema acima, podemos afirmar que: 

I. Há uma oposição em relação ao presente e ao passado no que diz respeito às características físicas da autora. 

II. Quando diz “Eu não dei por esta mudança”, a poetisa demonstra espanto ao se dar conta do que era e do que é hoje. 

Assinale se: 

a) as duas afirmações estão incorretas. 

b) somente a afirmação I está correta. 

c) as duas afirmações estão corretas. 

d) somente a afirmação II está correta. 


2. Deduzimos do texto que: 

I. O envelhecimento físico da autora encontra-se indicado por termos como “magro”, “frias”, “mortas”, etc. 

II. Termos como “triste”, “amargo”, “que nem se mostra” demonstram, ainda, um envelhecimento psíquico manifestado pela perda da alegria, do entusiasmo. 

III. No final do poema, a autora não parece estar abalada com as mudanças físicas e psíquicas acontecidas no decorrer dos seus anos. 

Está(ão) correta(s): 

a) apenas I e II. 

b) apenas II e III. 

c) apenas I e III. 

d) todas as afirmações.






“Órion” 

A primeira namorada, tão alta 

Que o beijo não alcançava, 


O pescoço não alcançava, 

Nem mesmo a voz alcançava. 

Eram quilômetros de silêncio. 

Luzia na janela do sobradão. 

(Carlos Drummond de Andrade)


3. Leia os itens e, de acordo com o texto, assinale a alternativa correta: 

I - Órion é uma constelação de estrelas brilhantes e visíveis. 

II - O poeta compara a distância que existe entre ele e a sua primeira namorada com a distância que há entre ele, na Terra, e a Constelação Órion. 

III - O termo “Luzia” pode ser interpretado de duas maneiras diferentes: pode ser o nome da namorada (substantivo próprio), ou é o pretérito imperfeito do indicativo do verbo “luzir,” isto é, brilhar. 

IV - “Luzia na janela do sobradão”. Esse verso diz que “Luzia,” que estava na janela do sobrado, brilhava como Órion, como estrela, e “luzia” (brilhava) na janela. 

V - A separação das estrofes: o último verso está sozinho na 2ª estrofe, o que reforça a ideia de incomunicabilidade, solidão, silêncio. 

a) Apenas I, II, III e IV estão corretos. 

b) Apenas II, III, IV e V estão corretos. 

c) Apenas III, IV e V estão corretos. 

d) Todos os itens estão corretos. 


4. Leia o verso: “Eram quilômetros de silêncio”. Em seguida, assinale a alternativa incorreta: 

a) O silêncio é imposto tanto pela distância real, a distância do chão até a janela alta do sobrado, quanto pela distância figurada, a falta de comunicação entre eles. 

b) Mostra que entre o poeta e a primeira namorada não havia comunicação, não tinha um contato verbal. 

c) A comunicabilidade existente entre o eu lírico e sua primeira namorada era evidente, clara e cristalina. 

d) A expressão “Eram quilômetros de silêncio,” mostra um exagero por parte do autor. Tal figura é chamada de hipérbole.  

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Atividade Ensino Médio. O Baile dos Asteriscos - Luís Fernando Veríssimo













 O Baile dos Asteriscos 

Você certamente já conhece a piada do ponto que tentou entrar no baile dos asteriscos e foi barrado na porta. 

— O baile é só para asteriscos. 

— Mas eu sou um asterisco! 

— Você é ponto. 

— Sou asterisco. É que eu uso gel. 

O que você talvez não saiba é que este não foi o único incidente na entrada do baile. O travessão também tentou enganar o porteiro dizendo que era uma limusine com asterisco dentro. O ponto, decidido a passar por asterisco, não desistiu e pediu a um amigo: 

— Me dá um susto, rápido! 

Não entrou. A vírgula já tinha convencido o porteiro de que era um asterisco de cabelo liso, mas o rabo de fora foi sua perdição: 

— Está bem, disse o porteiro, mas o gato não entra. 

O acento circunflexo alegou que era parte de um asterisco e que o resto chegaria depois. Não levou. 

As reticências e o trema se juntaram e tentaram intimidar o porteiro pelo seu número, mas também não entraram. O ponto de exclamação tentou ganhar do porteiro no grito, inutilmente. Mas o pior foi o ponto de interrogação que quis dar um carteiraço: 

— Não está me reconhecendo? Eu sou o Itamar Franco! 

Só a bobagem nos salva. 

(Luís Fernando Veríssimo)


1. O objetivo principal desse texto é:

a) criticar o uso dos sinais de pontuação. 

b) denunciar os penetras das festas sociais. 

c) manifestar desprezo pelo mundo político. 

d) provocar humor a partir de comparações. 


2. No texto, o travessão tentou enganar o porteiro, dizendo que "era uma limusine com asteriscos dentro". Sabemos, no entanto, que travessões não são limusines, mas um sinal gráfico que serve para indicar:

a) a fala de personagens. 

b) a surpresa em relação a algo. 

c) o término de uma frase. 

d) o questionamento de um fato.


3. Qual palavra o autor do texto utiliza para "conversar" com o leitor? 

a) Itamar 

b) Porteiro 

c) Você 

d) Seu 


4. O Itamar Franco é comparado a um ponto de interrogação por dois motivos, que são: 

a) a sua atuação como presidente e sua experiência. 

b) a vida particular do político e sua conduta pública. 

c) o discurso questionador e sua trajetória profissional. 

d) o formato do seu cabelo e sua postura política. 


5. Na organização do texto, apenas um sinal gráfico NÃO foi utilizado. Que sinal gráfico é esse? 

a) As reticências 

b) A vírgula 

c) O ponto de exclamação 

d) O ponto de interrogação 


6. Releia esta frase do texto: 

“O que você talvez não saiba é que este não foi o único incidente na entrada do baile.” 

Em qual das frases abaixo a palavra destacada tem o mesmo sentido que na frase acima? 

a) A única que faltou à reunião foi a Rosângela. 

b) Carlos foi o único que trouxe os exercícios prontos. 

c) Maria não foi a única que participou do amigo-secreto. 

d) O único problema desse livro é a linguagem utilizada. 


Releia este trecho do texto:

“O acento circunflexo alegou que era parte de um asterisco e que o resto chegaria depois. Não levou.  As reticências e o trema se juntaram e tentaram intimidar o porteiro pelo seu número, mas também não entraram. 

O ponto de exclamação tentou ganhar do porteiro no grito, inutilmente.” 


7. Sobre esse trecho, foram feitas algumas considerações. Classifique-as como (V) verdadeiras ou (F) falsas. 

( __________) O "verbo" alegou‖ é sinônimo de "disse‖". 

(___________) O advérbio "depois" indica tempo. 

( ___________ ) A conjunção "e" pode ser substituída pela preposição "para". 

(___________) A expressão "tentou ganhar" indica certeza. 

A sequência correta de classificação, de cima para baixo é: 

a) ( V ), ( V ), ( V ), ( F ) 

b) ( V ), ( V ), ( F ), ( F ) 

c) ( F ), ( F ), ( V ), ( V ) 

d) ( F ), ( F ), ( F ), ( V )


8. Analise os comentários feitos sobre o texto. 

I. O autor do texto utiliza os sinais de pontuação como personagens. 

II. O texto foi feito com base em comparações. 

III. O humor é a característica central desse texto. Estão corretos os comentários: 

a) I e II, apenas. 

b) I e III, apenas. 

c) II e III, apenas. 

d) I, II e III.

domingo, 15 de agosto de 2021

Atividade Ensino Médio. Poema. Mário Quintana - Seiscentos e sessenta e seis

Seiscentos e sessenta e seis 








A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa. 

Quando se vê, já são 6 horas: há tempo… 

Quando se vê, já é 6ª-feira… 

Quando se vê, passaram 60 anos! 

Agora, é tarde demais para ser reprovado… 

E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, 

eu nem olhava o relógio seguia sempre em frente… 

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas. 

(Mário Quintana)


1. Marque V para verdadeiro e F para falso, acerca do poema. 

( V ) O eu lírico descreve sua experiência com a vida. 

( V ) O eu lírico mostra a relação com o tempo. 

( V ) O eu lírico reflete sobre a falta de valor que damos ao presente. 


Assinale a alternativa CORRETA. 

a) F-V-V. 

b) V-V-V. 

c) F-F-V. 

d) Nenhuma das alternativas. 


2.  Assinale a alternativa que corresponde ao sentido denotativo do trecho grifado “E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas”. 

a) Não se importar com o tempo que vem. 

b) Tirar a casaca e não carregar, pois não iria usar já que é diz ser inútil. 

c) Retirar as preocupações e os medos que só se resolvem vivendo. 

d) Nenhuma das alternativas. 


3.  Analise as afirmativas sobre o poema. 

I. Há uma relação entre o título e o decorrer do poema que se faz grafar o número 666, que por alguns seguimentos religiosos seria o número do mal, poderíamos atribuir alguma relação com o tempo como se fosse um “castigo” aos humanos o fim da vida, a passagem do tempo. 

II. No trecho “A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.” Podemos interpretar que a vida é algo penoso, porém pode-se fazer de uma forma tranquila pois estamos em casa e isso significa que há pouca pressão. 

III. Nas repetições dos versos 2,3,4 é usada a figura de linguagem chamada anáfora, com a repetição de “Quando se vê”, traz ao leitor um efeito do movimento que fazemos ao piscar, carregado de sentindo da rapidez dos acontecimentos da vida em relação ao tempo. 

Assinale a alternativa CORRETA. 

a) Apenas I e II. 

b) Apenas II e III. 

c) Apenas I e III. 

d) Nenhuma das alternativas. 


4. Assinale a alternativa que esteja grafada de forma INCORRETA. 

a) Maço, propensão e asseio. 

b) Escasso, submissão e excelso.

c) Enxofre, exílio e vexame. 

d) Nenhuma das alternativas. 


5. Assinale a alternativa que o verbo esteja no presente do indicativo. 

a) Eu dou todo meu dinheiro a esse lugar. 

b) Eu dava todo meu dinheiro a esse lugar. 

c) dê todo meu dinheiro a esse lugar. 

d) Nenhuma das alternativas. 


6. Assinale a alternativa em que a palavra sábio está com função de substantivo. 

a) O sábio sorriu a ouvir aquilo. 

b) A aquele senhor era sábio. 

c) Cristiano estava sábio depois de viver. 

d) Nenhuma das alternativas. 


7.  Assinale a alternativa CORRETA que as palavras são homônimas homófonas. 

a) Gosto e gosto 

b) Cela e Sela. 

c) Verão e Verão. 

d) Nenhuma das alternativas. 


8. Leia as frases abaixo e marque 1 para as frases que tiverem sentido denotativo e 2 para aquelas com sentido conotativo. 

(1) Denotativo. 

(2) Conotativo. 


( 1 ) A matemática é uma matéria de exatas. 

( 1 ) O céu é azul. 

( 2 ) Luíza tem o rei na barriga. 

( 1 ) Jorge Amado é escritor. 

( 2 ) O tempo é compositor de destinos. Assinale a alternativa CORRETA. 

a) 2,2,1,1,2. 

b) 1,2,2,1,2. 

c) 1, 1,2,1,2. 

d) Nenhuma das alternativas. 


9. Leia a frase e assinale a alternativa que corresponde ao predicado. As alunas estudaram para tirar nota máxima. 

a) As alunas. 

b) para tirar nota máxima. 

c) Estudaram para tirar. 

d) Nenhuma das alternativas.

Atividade Ensino Médio. Todos os tipos de famílias - Ana Cláudia Bastos

Todos os tipos de famílias 

Escritora decidiu bisbilhotar as famílias vizinhas pelas janelas e descobriu suas semelhanças e diferenças grandes, pequenas, unidas e até as que brigam bastante… Famílias são assim. Elas têm algo em comum – o amor! – mas também têm muitas diferenças entre si. Veja, por exemplo, as famílias que são apresentadas neste livro. Todas são únicas: não dá para comparar com a de ninguém. 

A autora do livro, Ana Claudia Bastos, mora em um prédio. Lá do alto, aprecia o dia a dia das famílias vizinhas, fuxicando pelas janelas. E decidiu reunir tudo em uma obra gostosa de ler. Sabe o que ela descobriu bisbilhotando a família dos outros?

(Ana Cláudia Bastos)


1. Qual é o objetivo do texto? 

a) Criticar 

b) Julgar 

c) Argumentar 

d) Divulgar 

e) Prescrever 


2. Marque a alternativa onde o trecho retirado do texto demonstre uma opinião sobre o livro: 

a) Famílias são assim. Elas têm algo em comum – o amor! – mas também têm muitas diferenças entre si. 

b) Todas são únicas: não dá para comparar com a de ninguém. 

c) Lá do alto, aprecia o dia-a-dia das famílias vizinhas, fuxicando pelas janelas

d) A autora do livro, Ana Claudia Bastos, mora em um prédio. 

e) E decidiu reunir tudo em uma obra gostosa de ler. 


3. “Sabe o que ela descobriu bisbilhotando a família dos outros?” 

Esta frase pode ser classificada como: 

a) Uma advertência 

b) Uma descrição 

c) Uma crítica 

d) Uma ordem 

e) Um convite 


4. Na frase “Escritora decidiu bisbilhotar as famílias vizinhas pelas janelas”, o verbo sublinhado exprime um fato: 

a) Que já aconteceu 

b) Que poderia acontecer 

c) Que era impossível de acontecer 

d) Que acontecerá 

e) Que está acontecendo


terça-feira, 10 de agosto de 2021

Atividade Ensino Médio. Chorar não resolve - Charlie Chaplin

Chorar não resolve

Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos. 

Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.

 (Charles Chaplin) 


1. De acordo com o texto de Charles Chaplin, é correto afirmar que: 

I. Não é preciso perder para aprender a dar valor. 

II. O tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos. 

III. Falar pouco é uma virtude. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): 

a) III 

b) I 

c) II, III 

d) I, II 

e) I, II, III 


2.  Infere-se do texto que perdoar é: 

a) Aprender a dar valor. 

b) Nobre. 

c) Quase impossível. 

d) O que se deve guardar pro resto da vida.  

e) Uma vontade efêmera. 


3. “O advérbio é a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou ainda outro advérbio, exprimindo determinada circunstância.” No trecho “Não tem como esconder a verdade, ...” a palavra destacada expressa circunstância de: 

a) Tempo. 

b) Lugar. 

c) Afirmação. 

d) Negação. 

e) Intensidade. 


4. No trecho “... o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.” a palavra destacada denota ideia de: 

a) Soma. 

b) Escolha. 

c) Conclusão. 

d) Explicação. 

e) Oposição. 


5.  Analise as afirmativas: 

I. A palavra “imediatos”, no segundo parágrafo, pode ser substituída por “rápidos, instantâneos”, mantendo o valor semântico. 

II. Em “... e o que nunca deveria ter entrado nela.”, no segundo parágrafo, a contração da preposição “em” com o pronome pessoal “ele” grifada refere-se à “vida”. 

III. Segundo o texto, “não tem como enterrar o passado”. 

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): 

a) I, II, III 

b) I, II 

c) III 

d) II 

e) II, III 


6. Considerando o texto, as palavras destacadas mantêm o mesmo valor semântico se substituídas pelas dos parênteses, EXCETO: 

a) “... falar pouco é uma virtude, ...” (aflição) 

b) “Não tem como esconder a verdade, ...” (ocultar) 

c) “Aos poucos você percebe...” (nota) 

d) “... vontades efêmeras não valem a pena, ...” (passageiras) 

e) “Perdoar é nobre, ...” (sublime) 


7.  Assinale a alternativa em que o uso da crase é facultativo: 

a) Os amigos estavam à disposição. 

b) Ela foi até à feira. 

c) Ana está à procura de ajuda. 

d) Sérgio chegou à uma hora em ponto. 

e) À proporção que trabalha, sua vida vai melhorando. 


8.  Assinale a alternativa que se encontra com a forma verbal adequada: 

a) Basta quatro pessoas para fazer o trabalho. 

b) Há de existir sérios problemas. 

c) Cerca de dez pessoas compareceram. 

d) São uma hora e quinze minutos. 

e) Os culpados somos vós. 


9.  No 1º parágrafo do texto, a palavra “consequência”, significa: 

a) Vinculação, ligação. 

b) Investigação, estudo. 

c) Qualidade de quem sabe esperar.  

d) Resultado, efeito. 

e) Legitimidade, validade. 


10.  Quanto à regência, assinale a afirmativa INCORRETA: 

a) Paula aspirou ao aroma das flores. 

b) É um direito que lhe assiste. 

c) O filho obedece ao pai

d) Chame os namorados. 

e) Sua atitude implicará renúncia. 




Atividade Ensino Fundamental II. Algumas Palavras - Luis Garcia

Algumas palavras 


As palavras andam apanhando muito, até mesmo na mão de quem devia saber o respeito que merecem. É como se fosse uma cabala contra a comunicação: o significado das palavras é depreciado, desprezado, trocado, ignorado. 

A sério, não é conspiração: falta um esforço deliberado e organizado, devidamente identificado. Por outro lado, há sentido na paranoia: se fosse de propósito, a sabotagem do idioma – que tem seus beneficiários – não seria mais eficiente. 

Em algumas áreas, o vocabulário é mínimo, e isso sobrecarrega certas palavras, forçadas a fazer o seu trabalho e o de outras. Diversas morrem de exaustão. Em outros campos, desprezam-se palavras que dão o seu recado com eficiente simplicidade e encantadora sonoridade. São trocadas por exibicionistas peruas polissilábicas, supostamente inteligentes. 

(Luis Garcia) 


1. De acordo com as ideias do texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 

(  ) Muitas palavras morrem de exaustão. 

(  ) Certas palavras são forçadas a fazer o trabalho de outras. 

(  ) O significado das palavras é organizado e convencional. A sequência está correta em 

a) F, F, V 

b) V, F, V 

c) V, V, F 

d) F, V, F 

e) V, V, V 


2. Infere-se do texto que: 

I. algumas palavras foram perdendo seu sentido original e outras foram criadas desnecessariamente. 

II. a palavra “cabala” significa “conspiração, maquinações.” 

III. nos dias de hoje há mau uso do vocabulário. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s) 

a) I, II, III 

b) II, III 

c) I 

d) II 

e) I, III 


3.  Em “... não é conspiração: falta um esforço deliberado e organizado, devidamente identificado.”, os dois pontos ( : ) foram utilizados para: 

a) denotar surpresa.  

b) realçar termos deslocados

c) marcar uma pequena pausa. 

d) indicar diálogo

e) anunciar esclarecimento


4.  De acordo com o texto, o significado das palavras é, EXCETO: 

a) Desprezado. 

b) Depreciado. 

c) Ignorado. 

d) Trocado. 

e) Deliberado. 


5.  A palavra “eficiente”, no 3º parágrafo do texto, significa: 

a) eficaz; ativo. 

b) alegre; divertido. 

c) compacto; reduzido. 

d) desinteressado. . 

e) evidente. 


6.  Em relação à classe de palavras, assinale a alternativa INCORRETA. 

a) “São trocadas por exibicionistas peruas...” (preposição) 

b) “As palavras andam apanhando...” (artigo) 

c) “... não seria mais eficiente.” (verbo) 

d) “É como se fosse uma cabala...” (substantivo) 

e) “... se fosse de propósito...” (adjetivo) 


7. “São trocadas por exibicionistas peruas polissilábicas, supostamente inteligentes.” A palavra destacada denota ideia de: 

a) intensidade. 

b) modo. 

c) tempo. 

d) negação. 

e) lugar. 


8.  As frases transcritas do texto apresentam o mesmo tempo verbal, EXCETO: 

a) “A sério, não é conspiração...” 

b) “... e isso sobrecarrega certas palavras...” 

c) “As palavras andam...” 

d) “É como se fosse uma cabala...” 

e) “Diversas morrem de exaustão.” 


9.  A palavra “apanhando” apresenta: 

a) ditongo. 

b) tritongo. 

c) hiato. 

d) dígrafo. 

e) encontro vocálico. 


10.  A palavra “mínimo” é acentuada pelo mesmo motivo que a seguinte palavra: 

a) há. 

b) vocabulário. 

c) é. 

d) propósito. 

e) até.

Letra de Música para Interpretação. E Agora José, Carlos Drummond de Andrade.

  JOSÉ E agora, José?  A festa acabou,  a luz apagou,  o povo sumiu,  a noite esfriou,  e agora, José?  e agora, você?  você que é sem nome,...