Texto:
Drão!
O amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n’algum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada Pela noite escura
Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora
Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
Drão!
Drão!
(Gilberto Gil)
1. A canção “Drão”, de Gilberto Gil, carrega forte carga simbólica e poética ao tratar do amor, da dor e da separação. A partir da leitura da letra, assinale a alternativa CORRETA:
a) O eu lírico tenta convencer Drão de que a separação é necessária e definitiva para que ambos possam seguir caminhos distintos.
b) O amor é apresentado como algo concreto e estático, incapaz de se transformar ou renascer após o fim de uma relação.
c) O eu lírico assume suas culpas, mas também reconhece que há esperança e compaixão, o que torna possível a continuidade do amor.
d) Os filhos são retratados como consequência dos pecados do eu lírico, representando uma fonte de sofrimento.
e) A canção apresenta o amor como algo ilusório e frágil, incapaz de resistir aos obstáculos da vida.
2. Na expressão "n’algum lugar", retirada da canção Drão, observa-se um fenômeno linguístico comum na língua portuguesa, especialmente em contextos formais e literários.
Esse fenômeno consiste em:
a) Uma elipse, em que um termo é omitido por já estar subentendido no contexto.
b) Uma próclise, caracterizada pelo uso do pronome oblíquo átono antes do verbo.
c) Um caso de apócope, ou seja, a supressão de uma vogal no fim da palavra para facilitar a pronúncia.
d) Uma contração, que resulta da fusão da preposição “em” com o pronome indefinido “algum”.
e) Uma ênfase estilística, em que o uso do apóstrofo indica uma pausa dramática obrigatória na leitura.
3. Na canção Drão, Gilberto Gil utiliza a palavra "monolito" na seguinte passagem: “O verdadeiro amor é vão, estende-se infinito Imenso monolito, nossa arquitetura”.
Com base no contexto em que a palavra monolito é usada, assinale a alternativa CORRETA quanto ao seu significado simbólico na canção:
a) O termo "monolito" representa a fragilidade do amor, que se desfaz facilmente como pedra solta.
b) "Monolito" é utilizado para destacar a rigidez do relacionamento, que impede mudanças e adaptações.
c) A palavra simboliza a estrutura sólida, única e duradoura do amor verdadeiro, comparado a uma grande rocha indivisível.
d) O eu lírico utiliza "monolito" para expressar o peso emocional do amor, que oprime e sufoca os envolvidos.
e) "Monolito" é uma referência à solidão, indicando que o amor verdadeiro é sempre vivido de forma solitária.
4. Na canção Drão, de Gilberto Gil, o trecho “Nossa caminhadura / Dura caminhada” apresenta um recurso estilístico que amplia o sentido poético da experiência do casal.
Com base nesse trecho, assinale a alternativa CORRETA:
a) O uso da palavra “caminhadura” indica um erro de linguagem, que compromete o entendimento dos versos.
b) A expressão reforça o tom religioso da canção, representando a peregrinação do casal rumo ao perdão divino.
c) O jogo entre “caminhadura” e “caminhada” serve para destacar a literalidade do percurso físico feito pelos personagens.
d) O eu lírico emprega a metáfora da caminhada para representar a trajetória difícil e emocionalmente exigente da relação amorosa.
e) Os versos mostram que a relação acabou por causa de constantes mudanças de endereço, simbolizadas pela ideia de caminhada.
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